O prefeito de Ibiaçá, Jones Roberto Cecchin, esteve em Porto Alegre nesta segunda-feira, 16 de junho, participando de uma importante mobilização promovida pela Famurs (Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul). O encontro reuniu prefeitos de todas as regiões do Estado e teve como principal objetivo discutir soluções para o endividamento rural — uma das maiores preocupações do agronegócio gaúcho na atualidade.
A mobilização teve caráter suprapartidário e contou com a presença de representantes de entidades do setor agrícola, parlamentares federais e estaduais, além de diversas lideranças regionais. Durante o evento, os prefeitos reforçaram o apelo pela securitização das dívidas dos produtores rurais, cobrando uma resposta rápida e efetiva do governo federal.
“A base econômica do nosso município é a agricultura, assim como ocorre na maioria dos municípios gaúchos. Apoiar a securitização é garantir que nossos agricultores tenham condições de continuar produzindo e gerando renda”, afirmou o prefeito Jones Roberto Cecchin, que participou da mobilização acompanhado de outros prefeitos da região da AMUNOR (Associação dos Municípios do Nordeste Riograndense).
Durante o encontro, foi apresentada uma carta aberta ao Governo Federal cobrando medidas emergenciais e estruturais para enfrentar o alto nível de endividamento que afeta os agricultores gaúchos. O documento, elaborado com o apoio da Farsul, Fetag-RS e Fecoagro, propõe, entre outras medidas, o alongamento das dívidas dos produtores por um período de 20 a 25 anos, com juros limitados a 3%. Também defende a criação de um fundo garantidor para operações de crédito rural, a oferta de linhas de financiamento com juros subsidiados, investimentos em infraestrutura de armazenamento e irrigação, além da adoção de mecanismos para facilitar a importação de insumos.
Segundo dados técnicos da Famurs, desde 2020 foram reconhecidos pela União 2.895 decretos municipais de situação de emergência ou calamidade pública, o que evidencia a gravidade e a persistência da crise climática no Rio Grande do Sul. Apenas em 2024, as perdas causadas pelas enchentes foram estimadas em R$ 12,2 bilhões, sendo R$ 4,1 bilhões apenas no setor agrícola. No acumulado de 2020 a 2025, os prejuízos chegam a R$ 92,6 bilhões.
Fotos: Divulgação/Guilherme Pedrotti/Ascom Famurs