Clima preocupa, mas perspectivas para o trigo ainda são positivas

Publicado em 25/08/2015, Por Assessoria de Imprensa

O mês de agosto iniciou com um tom diferente no Rio Grande do Sul e na região sul do país. Temperaturas próximas dos 30 graus em um dos meses mais frios do ano, em pleno inverno, fizeram com que muitos casacos fossem deixados em casa. Mas o que parece agradável para alguns, pode ser sinônimo de dor de cabeça para outros. É o caso da agricultura, que sofre com o panorama de calor, quando as baixas temperaturas são fundamentais para o desenvolvimento de culturas.

De acordo com o engenheiro agrônomo Cláudio Dóro, gerente adjunto da Emater Regional de Passo Fundo e assistente técnico de vegetais na área de grãos, a atipicidade do período em relação à temperatura, à quantidade de chuva e ao excesso de luminosidade tem deixado os produtores preocupados. Com médias pluviais abaixo dos 10% esperados para o mês – 12mm, quando a média histórica é 177,7mm – e temperaturas de até 28ºC, quando o normal não passa dos 15ºC, o clima típico de primavera fez com que as culturas de inverno – trigo, granola e cevada – sentissem as consequências na lavoura.

Com cerca de 2 mil hectares de trigo plantado, segundo o escritório da Emater de Ibiaçá – aproximadamente 25% a menos do que no ano passado –, a cultivar é a que tem maior expressão no município entre as culturas de inverno. Conforme os prognósticos da meteorologia, o mês de setembro – período de espigamento e enchimento de grãos – deve ser de bastante chuva para a região, clima não favorável para o cereal no período. O clima ideal, a partir de agora, é de temperatura baixa, tempo seco e sem geada. Por isso, Dóro reforça a necessidade de fazer o monitoramento da lavoura. “É importante ficar de olho, porque daqui para frente vamos definir a safra. Não podemos perder em qualidade e produtividade por falta de atenção. O produtor deve estar na lavoura, no máximo, a cada dois dias, se agachar, abrir as plantas e observar se alguma doença está atacando. Temos de projetar alta produtividade e qualidade, porque o preço que está vigorando no mercado não é dos melhores”. Segundo a Cooperativa Agrícola Nova Fiume (Coofiume), o trigo está cotado na média de R$ 33.

Para o engenheiro, embora as condições não sejam as mais adequadas, ainda há boas perspectivas para a colheita. “Se tivermos clima bom, podemos ter boa safra de trigo, em produtividade, qualidade e, conseqüentemente, bom lucro para o produtor”.

Em todo o Estado, são cultivados cerca de 930 mil hectares – 25% a menos do que em 2014. A redução se deve, principalmente, à baixa produtividade do ano anterior. A Emater estima que a colheita, para este ano, chegue à marca dos 2,5 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul.

 

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